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  • Fernanda Durante

LA LA LAND - CANTANDO AS ESTAÇÕES


Uma das coisas que mais se ouve sobre musicais são reclamações sobre a falta de realidade presente no tema. Atire a primeira pedra quem nunca ouviu alguém falar: “Agora eles vão levantar e começar a dançar e cantar no meio da rua sem motivo algum”. Sinto informar, ou nem tanto assim, que La La Land não dá espaço para esse tipo de opinião. O filme é sim um musical com momentos clássicos, como coreografias conjuntas em locais públicos, músicas que são cantadas com desconhecidos e aquele toque de magia que só os musicais oferecem. Mas, também faz você encarar situações cotidianas e problemas que todos enfrentamos em algum momento da vida. Vai por mim, essas reclamações comuns vão ser as últimas coisas que você vai pensar.

Aqui nós acompanhamos a trajetória de Sebastian (Ryan Gosling) e Mia (Emma Stone) que lutam para realizar seus sonhos, apesar de todos os “nãos” que a vida os oferece. A química dos dois em cena é impressionante. Essa não é a primeira vez que eles contracenam, mas nada nunca foi tão tocante. É perceptível que os dois mergulharam de cabeça nos personagens e, além de passar toda a carga emocional necessária, eles se esforçaram para conseguir cantar, tocar piano e sapatear em cena (todas elas com pouquíssimos cortes, o que é impressionante). Tudo isso e as ótimas coreografias rendem números musicais que te contagiam! Sendo felizes ou tristes, é impossível não ficar com um sorriso ou lágrimas no rosto enquanto a cena acontece.

O roteiro consegue mesclar os momentos leves, cômicos, dramáticos e musicais sem se perder ou dar a impressão de que a cena foi jogada ali. Muito pelo contrário. Tudo é muito dinâmico e bem estruturado durante as quatro estações do ano. A fotografia é algo deslumbrante! As cores ressaltam o sentimento passado nas cenas e a iluminação é uma das coisas mais lindas que eu já pude assistir em um filme. Claro, não podíamos deixar de comentar sobre a trilha sonora feita por Justin Hurwitz e que vai colar na sua cabeça. É possível que você saia da sessão cantarolando algumas músicas, como acontece em todo bom musical, e isso é um ótimo sinal! Acredito que os destaques sejam City Of Stars, o tema de Mia e Sebastian, A Lovely Night e The Fools Who Dream.

Com todas essas qualidades listadas acima podemos confirmar que o nome Damien Chazelle vem sempre acompanhado de um ótimo trabalho. Apesar de não conhecer muito sobre ele, ouso dizer que aqui ele mistura dois de seus grandes amores: cinema e jazz. Digo isso porque o gênero musical já foi tratado com perfeição em Whiplash e em La La Land temos esse amor refletido no personagem de Ryan Gosling. Novamente, o diretor entrega uma obra com detalhes que fazem toda a diferença e com uma cena final estonteante! Você fica sem ar de tanta beleza e sentimento envolvidos e, quando a tela se fecha em um fundo preto, tudo o que você consegue fazer é sorrir.

Assim, podemos resumir La La Land como uma linda obra de arte que homenageia todos os sonhadores, todos aqueles que encontram força e esperança todos os dias para continuar percorrendo seu caminho, apesar dos obstáculos da vida e, principalmente, para todos aqueles que não desistem daquilo que se ama. “Here’s to the ones who dream. Foolish as they may seem”.

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