É oficial. Os Youtubers são os novos rockstars. Você pode até achar insano e talvez até seja, mas para onde eles vão levam milhões de jovens que ficam totalmente insanos quando os veem, como se estivessem realizando um sonho. Por causa disso entramos agora em uma nova era de biografia cinematográfica: a dos youtubers, como é o caso do filme “Eu Fico Loko”, que conta a história do Christian Figueiredo e que, apesar dos clichês exagerados, é até positiva porque tenta passar uma mensagem sobre a vida.
O filme começa com uma frase de doer que é preciso ser ignorada para tentar prestar atenção na história a ser contada: “As vezes eu me sinto como se eu fosse o Justin Bieber”. Apesar disso, o filme segue sendo um típico filme clichê de adolescente americano, contando a história do loser que apanhava e não se encaixava em nenhum grupo da escola, mas que venceu na vida porque acreditou nos seus sonhos e blábláblá.
Tentar mostrar a história e até a própria escola cheia desses clichês americanos é o seu primeiro problema, visto que o seu público alvo, as crianças, assistem e não conseguem se identificar, porque a realidade das escolas brasileiras é totalmente diferente, apesar de sempre ter brigas, panelinhas e etc.
Outro problema é não conseguir construir ou aprofundar os personagens que giram em volta do protagonista, nem de forma mínima, como é o caso da personagem Alice. Você não consegue entender se ela gosta dele, o considera um amigo ou só se aproveita dele. Tem momentos em que o filme tenta te mostrar que ela é legal, depois mostra que ela é uma aproveitadora e isso fica muito confuso para quem assiste, além de fazer com que ela se torne uma personagem sem qualquer tipo de carisma ou empatia. O mesmo acontece com os seus amigos, que são tão mal construídos, que nem ligamos o suficiente se eles somem ou voltam. Se tornam totalmente indiferentes.
Apesar de tudo isso, o filme é divertido, graças à boa atuação do seu protagonista, Filipe Bragança, a incrível Suely Franco e a maravilhosa Alessandra Negrini. A forma como o próprio Christian narra sua história quebrando a quarta parede, também faz com que ele deixe tudo um pouco mais leve e relevante.
Por fim, é obvio que livros, filmes e outras coisas de Youtubers são feitas para movimentar a indústria, é um mercado muito fácil e lucrativo. Mas, para o seu público alvo, tanto faz se os personagens são bem construídos ou qualquer coisa do tipo. Para eles o filme funciona bem.