Mais um daqueles filmes de paixão adolescente, certo? Errado. Seu primeiro ato pode até soar como um filme clichê adolescente, mas se engana quem cometeu o erro de analisá-lo de forma rasa. Afinal, George (Freddie Highmore) tem razão ou não? Se vivemos e morremos tão rápido, para que perdemos tempo com lição de casa?
Um filme pode te pegar de jeito, te fazer pensar por horas e até te machucar, sem ser necessariamente um filme cabeça, cult e descontruído. A Arte da Conquista mexe muito com o telespectador, principalmente os mais confusos, mesmo construindo personagens rasos sem muita profundidade. O que, na verdade, pode até ter ajudado.
A forma como ele não perde tempo explicando e construído seus personagens ajuda na maior identificação, não sabemos muito de George ou de Sally (Emma Roberts), mas sabemos bem quais são suas dores, dúvidas em crescer ou porque crescer, afinal, a grande maioria passa ou passou por isso. Quem quer realmente crescer e ter que encarar o mundo?
George representa uma boa parte dos jovens que leva o seu primeiro chute no saco de realidade, mas também nos enche de esperança com pequenos detalhes, como descobrir o que ama e como trabalhar com isso. Além de mostrar que tudo é possível quando se quer. Até mesmo a realização de coisas banais (como lição de casa), para provarmos nossa capacidade para nós mesmos e ao mundo também. Mas, além das dúvidas de crescer, a trama capta as piores coisas da adolescência: o primeiro amor, as dúvidas do primeiro amor e as dores de não ser o primeiro amor do seu primeiro amor.
Por fim, A Arte da Conquista comove e cria afinidade por ser simples e tratar da realidade que nós passamos: crescer, viver, se apaixonar, se ferrar, levantar a cabeça e tentar acrescentar alguma coisa na nossa falida sociedade. Por mais que nós amamos os filmes cabeças, são os filmes clichês que mais pegam na nossa alma, já que vivemos um clichê diário.
Ps: tem na Netflix!