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Pedro Kiss

RESENHA - ANIMAIS NOTURNOS


O diretor e estilista norte-americano Tom Ford volta em seu segundo filme com um visual um pouco mais discreto, mas trazendo uma introdução chocante que já mostra que “Animais Noturnos” não é para agradar a todos, é justamente o contrário, é para incomodar.

Com um roteiro cheio de camadas é comum ficar confuso ao assistir, afinal é uma história que se relaciona com outras. Mas não vá esperando que tudo se monte como um quebra cabeça, não é bem assim e a história é bem mais simples do que parece e talvez isso gere algumas reações negativas por decepção. Não é nada legal dizer isso, mas é bem provável que em um grupo de amigos, um ou outro goste do filme e o resto deteste, não é um filme que agrade uma massa.

Tom continua bem visual, mas é notável o seu amadurecimento como diretor. A cor vermelha predomina, assim como enquadramentos mais próximos para dar uma percepção mais claustrofóbica e somos gratos por todos os closes que ele dá no maravilhoso rosto de Amy Adams. Ela que, aliás, mostra uma segurança muito grande em sua interpretação, muito mais do que em “A Chegada”, filme que possivelmente vai levá-la ao Oscar.

Jake Gyllenhaal chega na trama de modo bem secundário, mas cresce de uma maneira absurda e conquista o posto de protagonista, enquanto Amy vira tão espectadora quanto o público que assiste o filme. Sua atuação entrega uma sequencia de cenas frustrantes e angustiantes, que passam a sensação do telespectador estar no lugar do personagem.

Animais Noturnos parece soar como um experimento cinematográfico em que o diretor tenta brincar com o público, testando suas percepções sobre a trama e as surpresas que ali vão surgindo. Não espere ser o tipo de filme Blockbuster, mas também não espere que seja um filme qualquer. É marcante do inicio ao fim.

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