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Pedro Kiss

RESENHA – MINHA MÃE É UMA PEÇA 2


Todo mundo sabe que Paulo Gustavo como ator, é uma ótima atriz. Não é brincadeira (ou é), ele realmente consegue ser excepcional atuando como uma personagem feminina, principalmente, quando é para imitar sua mãe. Chega a ser chocante os pequenos detalhes e os trejeitos femininos e maternos que ele passa em cada cena que vive dona Hermínia. Muitos desses detalhes, alguns atores passam meses estudando apenas para reproduzi-los, quase que de forma imperceptível, mas Paulo Gustavo faz tudo parecer muito simples. A grande pergunta é: só isso segura a sequência de Minha Mãe é Uma Peça?

Não. Essa é a resposta, ou deveria ser, já que para um filme ser bom ele precisa de uma base e de um objetivo em seu roteiro, coisa que aqui não sei dizer se falta ou é inexistente. Em Minha Mãe é Uma Peça 1 nós tínhamos personagens para serem apresentados, desenvolvidos e, claro, mostrar pela primeira vez a melhor personagem que Paulo Gustavo já criou e isso foi feito com muito sucesso.

Em 1h36 de filme não se constrói nada que seja suficientemente bom para se desenvolver. São apenas pequenas histórias jogadas ao telespectador pelo simples fato de serem cômicas, como os filhos estarem crescendo e Dona Hermínia começar a sentir os sintomas desse abandono ou os problemas familiares totalmente confusos e desnecessários.

É compreensível que para mostrar que o tempo passou nós devemos mostrar o envelhecimento dos personagens, mas, por exemplo, no caso da personagem Tia Zélia (interpretada pela magnífica Suely Franco) o acontecimento seria útil se fosse usado para unir as três irmãs e desenvolver algo dali para frente, coisa que não acontece. Vemos apenas suas duas irmãs brigando e discutindo assuntos dignos de um diálogo da novela das sete (não querendo desmerecer, mas é claramente necessário separar os dois tipos de diálogo). Essas irmãs são uma verdadeira piada. Elas aparecem com vários problemas, passam um total de cinco minutos juntas e terminam o filme sem despertar o interesse ou a empatia de ninguém.

Como amante de cinema, sinto em revelar, mas todos esses problemas não fazem a mínima diferença porque nós não nos importamos com isso. Tudo que queremos é ver a personagem que é muito engraçada. Isso é impossível desmentir. Não importa os duzentos furos no roteiro, Paulo Gustavo manda tão bem como Dona Hermínia, que nos faz lembrar qualquer parente mais velho que tentava mandar em você quando novo. Diante disso tudo, não existe a necessidade de ter outra sequência, mas nós sabemos que se tiver, estaremos lá assistindo e isso, para o mundo do cinema como entretenimento, é totalmente válido.

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