É quase impossível assistir o Pequeno Segredo e não se questionar automaticamente se ele vale o Oscar ou não, quase como se o filme fosse feito exclusivamente para esse propósito, mas sabemos que não. Por isso, devem entender que ele não é um “vale-Oscar” e no final, isso não muda nada, porque ele continua sendo fraco demais, feito para tentar emocionar o público e não para construir uma história marcante.
Lamentável é a palavra certa. Desde a escolha dos atores até a edição, tudo é meio mal feito, é o tipo de trama que parece que tinha de ser finalizada rapidamente. Com o intuito de contar a história dos Schurmann, em especial de sua filha Kat Schurmann, o filme parece querer trabalhar como se fossemos obrigados a saber tudo, quem é a família, qual a história de Kat, que mesmo “famosa” por aí, não é da sabedoria de todos. O filme não constrói nenhum personagem, o que te dá a impressão de estar assistindo a um grande capítulo de novela, já que todos continuam os mesmos e mesmo quando um personagem parece evoluir, tudo acontece em menos de 1 minuto.
É triste ver um filme tão fraco nos representando na corrida do Oscar, provavelmente ele só foi colocado por embate político, a fim de prejudicar Aquarius. Além de todos esses problemas, o longa parece querer emocionar o telespectador toda hora, mas isso de nada vale já que não chegamos a nos apegar aos personagens. Isso acontece até durante a morte da menina Kat, onde o filme só mostra aquelas cenas de praia típicas da Sessão da Tarde.
Quando o filme termina, você nota que ele talvez não estivesse querendo mostrar ao público quem ela era, mas só querendo prestar uma pequena homenagem (visto que seu irmão, David Schurmann, é o diretor). Obviamente, não se consegue construir nem uma homenagem descente, já que o público a desconhece.
Com péssimas atuações, principalmente a de Mariana Goulart, que parece que foi escalada só por ser parecida com a atriz Maria Flor, e diversas narrativas confusas, Pequeno Segredo merece realmente ser indicado a um prêmio: o Framboesa de Ouro.