O que mais assusta: um filme de terror cheio de monstros ou um filme sobre a realidade política que vivemos? Agora, imagine se juntarmos esses dois temas em um filme só. A sequência de Uma Noite de Crimes chega com outro nome, que mais parece um titulo de filme da Disney, “12 Horas Para Sobreviver: Ano de Eleição” é aquele tipo de trama que você não sabe se amou ou acho um lixo. Ele consegue te deixar bem divido com um roteiro que impressiona pela realidade dura que o mundo se encontra.
Claramente com um baixo orçamento, o filme vale pela história que é bem contada e por dar um final para os acontecimentos dos dois últimos filmes da trilogia. Aqui, ele segue a mesma lógica dos outros: existe uma lei nos Estados Unidos onde é permitido, uma vez por ano durante doze horas, fazer tudo que você quiser, seja matar, roubar ou qualquer outra vontade.
O que parece ser muito lunático, deixa de ser uma ideia maluca graças a forma que detalhes da nossa realidade se encaixam com a trama. Esses pontos são bem inteligentes por mostrar a pobreza e a massa sendo usada por homens brancos e ricos que acham uma ótima ideia usar essas doze horas para diminuir a quantidade de pobres no país. Na esperança de acabar com esse terrorismo legal, a senadora Charlie' Roan se candidata a presidência. Acontece que isso incomoda alguns homens grandes que querem se aproveitar do povo, que não enxerga a gravidade dessa violência excessiva, e a trama se desenrola a partir daí.
Além da política manipuladora de massa, o roteiro usa o fator religioso para ajudar nessa ilusão sensacionalista e isso perturba um pouco por sabermos como as Igrejas e as religiões cada vez mais andam ao lado da política. Os atores principais são bons e funcionam, mas diversos coadjuvantes beiram ao ridículo no fator atuação. Um filme que não chama atenção por seu visual, por conta do baixo orçamento, só acaba se prejudicando com atores coadjuvantes ruins. Essas partes atrapalham muito o desenvolvimento da trama e muitos desses péssimos atores poderiam (e deveriam) ser cortados, já que não iam atrapalhar a história.
De resto temos um filme até que interessante, que te deixa muito tenso por não saber o futuro de cada personagem, cercado por uma cidade que parece ter perdido o tal espírito americano de ser. Em diversos momentos vemos uma violência explícita disfarçada de entretenimento, o que fica um pouco confuso. Mas, como os outros dois filmes, ele vale pela diversão.