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  • Pedro Kiss

DESCULPE O TRANSTORNO, PRECISO FALAR SOBRE ESSE FILME


Conheci o filme pelo trailer em algum dia no cinema. Essa frase pode parecer romântica se você imaginar alguém em um cinema com a sua namorada, esperando um filme cult e dramático começar. Mas, o filme em questão era um daqueles de terror que sabíamos que era ruim mas mesmo assim fomos ver, era aquele tipo de filme que todos viam em 2016. Ela deu risada do trailer, meus amigos deram risada, eu não ri, mas fiquei curioso para ir com eles e me divertir. E o filme estava lá, finalmente tinha estreado. Nunca vou me esquecer: o filme que causou reações antes mesmo de estrear por causa de uma coluna do Gregório.

Quando os filmes brasileiros estreavam, as pessoas mal queriam ver, mas esse chamou a atenção por ser uma segunda chance de shippar um ex casal que não deve mais ficar junto (a não ser no filme). Começou. Os olhos meio marajados de Gregorio e seu sotaque forçado de paulista sempre intenso, deixava claro que eu não fazia ideia do que estava por vir. Foi cansaço a primeira vista. Só para mim, acho.

Passei alguns momentos desviando a mente daquele sotaque forçado e daquele enredo mal construído, e só tinham se passado 10 minutos de filme. De lá até um momento de reflexão sobre a morte, o filme não tinha desenvolvido nada que me prendesse. Da morte para o meio, do meio para o quase fim, parecia ter melhorado e eu finalmente estava dando risadas sinceras.

Comecei a namorar o filme quando tinha uns 20 minutos, só que para mim já tinha uns 40. Parecia que tudo começava ali. Vimos vários clichês repetitivos de filmes meio indie. Algumas vezes até parecia novidade no meio de todas as comédias românticas nacionais, mas acabava fazendo tanta piada ruim, que se queimava. Escolhi o filme sem pesquisar se tinha uma nota boa no Filmow. Pensei em escrever que se fosse uma série de TV ou uma peça de teatro seria muito mais engraçado. Mas, achei muito interessante quando apareceu aquela dúzia de amigos dos atores principais. Era claramente um filme que parecia divertido de ter sido feito. Já conseguia imaginar os haters comemorando a trama fraca e os shippers só conseguindo ver como o Gregorio e Clarice contracenavam tão bem juntos, o que realmente é verdade, talvez seja a coisa que mais funciona no filme.

Uma hora o fim chegou. Não foi fácil. Fiquei mais frustrado que quando vi que o pessoal não tinha gostado do final de “How I Met Your Mother”. Mais do que quando “Up” não conseguiu ser tão bom quanto os seus cinco minutos iniciais. Até agora, não sei dizer direito no que o filme erra, mas também não sei dizer no que acerta. Ele é divertido nas partes em que Gregório contracena com Rafael Infante, que traz uma dinâmica melhor para o ritmo mal desenvolvido do filme, além das piadas envolvendo a cultura popular. Mas, quando o assunto foi Dani Calabresa, que decepção (mais ou menos igual a How I Met Your Mother, dito acima). Uma grande atriz com uma personagem tão chata e tão mal desenvolvida, não dando para saber se a Dani vacilou na atuação ou mandou muito bem.

O filme em si, não é dos piores. Consegui me divertir, mas também não me apaixonei por ele. Talvez tenha sido pela maldita expectativa ou pelo fato de simpatizar com o Gregório desde que ele fez “Apenas o Fim”. Talvez essa seja mais um daqueles filmes com boas intenções, mas com o roteiro pouco desenvolvido, principalmente quando o assunto principal é a dupla personalidade.

Essa semana, quando vi o filme pela primeira vez, achei que ficaria muito impactado, principalmente por Clarice e Gregorio. Achei que fosse chorar. E o que me deu foi uma insatisfação profunda de ter visto um filme “Ok” e de ter como documentar essa experiência aqui – e em tantos outros lugares. Coloquei tudo para fora. Não falta nada.

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