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  • Fernanda Durante

RESENHA - THE BABADOOK


“Quanto mais negar, mais forte eu fico. Você começa a mudar quando eu entro. O Babadook cresce sobre sua pele.” Se você sente saudades de filmes de terror com um fundo mais psicológico, daqueles que te deixam pensando mesmo depois do fim, tentando entender o que acabou de acontecer, “O Babadook” é o filme que você está procurando. Mas, antes de começar a resenha, preciso avisar que esse texto vai ter alguns spoilers. Eu aviso antes, prometo!

Amelia (Essie Davis) é uma mulher que sofre pela morte inesperada do marido, que faleceu enquanto a levava para a maternidade para ter seu primeiro filho. Sete anos depois, ela se vê totalmente sozinha e sobrecarregada pelas responsabilidades da sua vida. Seu filho, Samuel (Noah Wiseman), é uma criança de temperamento difícil que morre de medo de monstros que podem se esconder dentro de armários ou embaixo da cama, como qualquer criança pequena. Em uma noite, Amelia lê para ele um livro infantil que se chama Mr. Babadook, então, Samuel começa a concentrar todo seu medo nessa criatura específica. As coisas ficam complicadas para a família quando uma presença estranha começa a rondar a casa.

“O Babadook” pode ter uma interpretação diferente dependendo da maneira que você o assistir. Eu confesso que demorei para entender a intenção por trás do filme. No começo, pensava que era mais uma história sobrenatural sobre um monstro que cercava uma família e até fiquei esperando levar sustos em alguns momentos, mas eles nunca vieram. Minha visão mudou completamente quando eu entendi o que o monstro significava.

No livro infantil que Amelia lê para o filho existem frases como: “Me deixe entrar”, “Você vai vê-lo se olhar atentamente”, “Quanto mais negar, mais forte eu fico.” e “Você não pode se livrar do Babadook”. (SPOILER!) Foi então que eu entendi que o Babadook não era um monstro que tinha surgido com o livro, ele fazia parte da mente da protagonista. Ele é uma representação da depressão, que surge com toda a força e obscuridade possível causando muitos estragos. Tanto que o próprio filho de Amelia, que antes apenas imaginava o Babadook, começa a “ver” o monstro e chega a comentar que vai proteger a mãe porque não quer que ela se machuque. (FIM DO SPOILER!).

Apesar da história forte e impactante, senti falta de uma melhor atuação dos atores e os personagens não tem o carisma necessário. Eu só consegui sentir empatia por Amelia e Samuel no último ato do filme. Já a fotografia é muito bonita. Tem ótimos planos de câmera e uma paleta de cores escura e fria que ajuda a criar um clima de tensão para a história.

(SPOILER!) O final pode parecer fraco se você ver o Babadook como uma criatura sobrenatural, mas funciona muito bem quando você o enxerga da maneira psicológica. A depressão não é algo que desaparece de um dia para o outro. Demora. Você tem dias bons e outros que não são tão bons assim, mas o importante é aprender a lidar com ela e aprender a controlá-la, sem deixar que ela tome as rédeas da sua vida. (FIM DO SPOILER!)

“O Babadook” proporciona uma ótima reflexão e ainda cumpre as características de seu gênero criando bons momentos de tensão. Ligue a maravilhosa Netflix, mantenha sua mente aberta e não veja as coisas de forma superficial. Mas, não se esqueça: Não deixe ele entrar!

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