Com mais um título traduzindo porcamente, “Don’t Breath” traz mais suspense do que terror e te faz enxergar através valores deturpados, onde os mocinhos pelos quais você torce são os bandidos que invadiram a casa de um velho cego que perdeu a filha e ganhou uma grande de indenização. Mas, tá tudo bem, porque para amenizar esse sentimento, transformaram ele em um psicopata super soldado e os bandidos em pobres coitados que preferiram roubar do que procurar um emprego, como por exemplo, na empresa do pai que é de uma seguradora que domina o mercado da pequena cidade.
Mesmo com alguns furos no roteiro (como por exemplo o fato dele viver em uma rua fantasma e isso ser muito confuso) o filme sobrevive muito melhor que a maioria dos lançamentos do mesmo gênero. Ele te deixa tenso e você realmente não consegue respirar até ver que os mocinhos estão fugindo do vilão maluco.
Poderia ser mais um filme que tenta te assustar, mas a ideia se descata muito mais por trabalhar com um “vilão” que tem sentidos mais aguçados por conta da perda de um deles e pelos atores trabalharem no escuro mesmo, o que te passa um nervosismo, afinal, quem não tem medo do escuro?
Outro ponto muito positivo é que grande parte das cenas e dos arcos são feitos por sinais, visto que se eles falarem ou fizerem algum barulho, estão mortos. Com pouquíssimas falas, o filme trabalha bem o seu assustador silêncio. Além dos sustos, ainda surge um terceiro mistério no segundo ato que deixa qualquer um espantado e com mais medo do soldado aposentado cego. Isso acaba ajudando muito para que entremos na posição de um ser humano assustado e se ausentado do ser julgador que pensa nas consequências de seus atos.
Stephen Lang entrega a melhor atuação do filme, de longe assustador e ameaçador, ele consegue convencer que é cego e que isso não tem nem muita importância, visto que consegue batalhar e brigar muito bem.
Esse com certeza é um filme que vale a pena se assistir no cinema. Existe todo aquele clima tenso de todos que estão assistindo juntos onde em algumas cenas realmente ninguém respira, tornando assim, a experiência mais legal.