Machismo, racismo, abuso policial, rancor, inveja e mágoa contida. Esses são os problemas mais evidenciados na nova série da Rede Globo, Justiça, que estreou na segunda-feira da semana passada. Com uma produção impecável, desde a sua fotografia até os seus lances de câmera, a série vai além de mostrar os problemas das pessoas que querem de alguma forma fazer justiça com as próprias mãos, ela mostra a fragilidade do nosso povo e do nosso sistema social.
A Globo pode não ser uma das redes de televisão mais certas do país, não querendo entrar em méritos políticos, mas sabemos bem o poder alienador que ela tem. Suas novelas atualmente são fracas, mas é inegável o seu talento nas produções de séries. São os detalhes que ganham nesta produção, são aqueles que só parando para ver, você consegue analisar tão bem. Neste caso, os detalhes são os problemas, o poder abusivo da policia, o racismo da sociedade e dos policiais.
Recife é a cidade usada na série, mas é ela é apenas mais um lugar que sofre pelos problemas sociais que a série tenta mostrar e no final das contas, a justiça nem é o ponto alto desta série. É curioso como as novelas da Globo nem são mais tão valorizadas pela empresa, pois você consegue enxergar como eles pedem muito dos atores em nível de atuação nesse tipo de série. Como podemos ver no próprio Cauã Reymond junto a Marjorie Estiano que, quem diria, forma um casal tão simpático com suas diferenças e trazem um peso na atuação que emociona do inicio ao fim e entregam o melhor arco da série.
Produções como estas não deveriam ser apegadas por causa do seu tema principal e sim pelos problemas e a as sujeiras que correm nossa sociedade doente. E é para nos fazer refletir que filmes e séries, servem.