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Pedro Kiss

ANNA MUYLAERT É “CHOVER NO MOLHADO” | RESENHA – MÃE SÓ HÁ UMA


Dizer que Anna Muylaert é uma ótima produtora, diretora e roteirista é o famoso “chover no molhado”, seu potencial é incrível e vai além do que a maioria tenta ser. Seu diferencial é simples: ela consegue construir ótimos personagens buscando inspirações reais e consegue mostrar a verdadeira cara suja da família brasileira sem estereotipar demais ou perder tempo em plots desnecessários. É o mais do mesmo, que funciona.

“Que Horas Ela Volta" chocou, mas aqui temos um filme que consegue entrar mais forte na nossa mente e nos destruir. Primeiro porque ele mexe muito com a liberdade de expressão, ponto alto da minha e das novas gerações. Por outro lado ele mostra uma história triste, que ninguém tá errado, mas ninguém age certo também. Afinal, se você descobrisse que foi roubado quando pequeno e tem outra família te procurando, como você reagiria? É praticamente o destino te falando: sua vida é uma mentira.

Naomi Nero dá um show de atuação, que nos faz realmente acreditar em toda aquela sofrencia que ele vive. Por mais que o mundo esteja caindo, ele não fica se lamentando em cada cena, ele espera o momento certo para explodir e nos deixar arrepiados com um dialogo tão pesado. O mais importante desse elenco é buscar atores menos famosos ou aqueles que não estão tão em cena, como é o caso de Matheus Nachtergale e Dani Nefusi que são atores mais reais, trazendo muito mais veracidade aos personagens complicados que vivem. Principalmente Dani, que interpreta que interpreta tão bem que nem da pra notar que ela faz as duas mães do menino Pierre.

É isso, o filme é ótimo, dói na alma e causa aquele silencio (positivo) pós-filme, te fazendo refletir, como apesar de tudo, essa história pode ser tão próxima da nossa realidade, pode acontecer com qualquer um. Além disso, ele dá um tapa nas diversas gerações que são preconceituosas e resistem muito em notar que roupa não tem gênero e temos que usar o que nos faz bem. Sem contar que Pierre beija todos os gêneros, sem se preocupar em se definir ou ficar perdendo tempo nisso, apenas querendo ser feliz. Anna é merecedora de fazer parte da academia do Oscar e merece (quem sabe um dia) estar concorrendo como melhor filme ou melhor diretora.

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