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Pedro Kiss

RESENHA - NEGÓCIO DAS ARÁBIAS


O titulo é tosco, parece aquelas comédias dos anos 90, mas a culpa mais uma vez é da produtora que optou por esse título ao invés de uma tradução mais próxima a original, que seria “holograma do rei”, que casaria bem melhor com a história. Com uma das melhores formas de se explicar a história de um personagem, os seus primeiros cinco minutos são sensacionais, vendo Alan Clay explicando sua falida vinda enquanto declama a música “Once In A Lifetime” da banda Talking Heads. Levando-nos a crer que em um mundo de incertezas, uma coisa é certa: se um filme é produzido ou atuado pelo ator Tom Hanks, existem pelo menos 50% de chances de ser bom e/ou você gostar.

O ponto alto do filme é que ele tenta mostrar os sentimentos e as dores do personagem de uma forma muito física, tentando fazer com que a gente compreenda a dor ou quando ele tem um ataque de pânico, por exemplo. E essa simbologia às vezes é mostrada como uma montanha russa, por exemplo, para significar os altos e baixos da vida ou então no momento em que ele chega na Arábia Saudita e aparece um inchaço nas suas costas, dando a entender o incomodo que ele estava passando. Aos poucos isso poderia se tornar meio clichê, mas vemos as coisas ocorrendo de formas tão sutis que fica muito bonito.

Assim como os filmes nacionais gostam de evidenciar a seca no sertão de forma meio brusca e dando a entender que só tem isso por lá, os filmes americanos gostam de colocar a violência e os costumes machistas como choque de cultura, o que é curioso, visto que o povo americano é tão machista e violento o quanto o povo árabe, só não deixa isso claro ou legalizado. Mas em certos momentos isso funciona justamente para retratar os problemas que o personagem passa, já que ele está tentando fazer um negócio com um rei que quer construir uma cidade no meio do nada, assim como a vida de Alan Clay que é obrigado a recomeçar após um divórcio. Mas é só, do resto são só formas preconceituosas impregnadas no DNA do povo americano.

Deixando isso um pouco de lado, suas paisagens são incríveis, mais uma vez repito que a atuação de Tom é inigualável e isso salva o filme de ser algo bem produzido e bem intencionado que acaba caindo no ostracismo. A meu ver, é um bom filme para falar que não importa a idade é sempre bom recomeçar, se recriar e não existe essa história de ser velho demais para realizar e se apaixonar. Aliás, é muito bonito como mostra duas pessoas mais velhas passando pelo processo de recomeçar e da reaproximação ao sexo. Como todo filme de Tom, este merece ser visto e apreciado, sem muitas expectativas, apenas as de se divertir muito.

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