Criado por Alan Moore em 1988, a Piada Mortal talvez seja a melhor obra sobre o Coringa e talvez a mais profunda e seria. Independentemente de ser ou não, uma coisa é certeza: ela assusta e impacta a primeira vista. Quando eu li a revista, lembro de ficar chocado. O Batman era algo sério, mas aquilo seguia um nível surreal dos quadrinhos, existia um limite, e Alan cortou ele. Se tudo isso impactou em uma revista em quadrinhos, dá para imaginar em uma animação, não é?
Animação sempre foi o ponto forte da DC, não existe nenhuma da Marvel que bata de frente e elas sabem disso. E agora com uma animação +18 a única coisa que eu tinha noção era que eu iria me assustar ou pelo menos me chocar e check.
O Coringa de longe é o vilão mais psicopata dos quadrinhos! Você não sabe o que esperar dele, você tem medo justamente por isso. E isso a animação consegue segurar com muita eficiência, mostrar o lado sombrio e sua origem é o ponto alto do filme, você consegue ter medo dele e ao mesmo tempo entender o porquê ele entrou nessa. E nesse ponto entramos em uma outra questão filosófica da coisa, sobre ele ter ficado insano de uma forma e o Batman de outra, mas ambos julgados pela sociedade e etc. E por mais que o Batman seja o herói, a animação consegue ressaltar a semelhança que ambos têm.
Por mais que um filme como esse precise ter muita semelhança com os quadrinhos, existem alguns problemas que eu achei que poderiam mudar, mas só os ressaltaram. Como por exemplo, a sexualização excessiva da Barbara Gordon que poderia ser evitada. Na cena em que os dois transam só ela tirar a roupa (não me venha com a desculpa de que é porque o Batman não quer se expor, que nós SABEMOS bem que não se trata disso) e as outras diversas cenas dela só de calcinha pela casa, coisas para agradar os homens que sinceramente, são bem desnecessárias né? É obvio que em determinados momentos como a parte que ela está nua nas fotos para chocar o comissário é totalmente viável, mas as outras são desnecessárias e hipersexualizão um desenho.
Mas agora, sendo um pouco menos chato, a versão assusta de tão fiel que é. O seu final é tão igual que quando acabou eu tive a sensação de estar fechando o livro. Outro ponto de fidelidade que nem é da própria história é o seu traço mais pesado e que lembra muito os antigos desenhos do cavaleiro das trevas, daqueles que crescemos assistindo.
Batman: A Piada Mortal é uma das histórias mais profundas que eu já li. Ela sai totalmente do gênero herói e vira um estudo de caso sobre dois homens que se parecem muito, que são loucos e assustadores. Um faz o bem (ou tenta) e o outro, assumi seu manto de vilão e faz qualquer coisa para apavorar mais. Vale a pena do início ao fim.