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  • Pedro Kiss

RESENHA - JULIETA


Muito se esperava do consagrado Almodovar nessa nova produção. Ele iria bater seus outros filmes? Iria superar ou se seria o seu filme mais fraco? Porém, acho que isso é uma discussão fraca e desmerecida, já que cada filme tem seu próprio perfil, é como comparar sua avó com a sua mãe, já que cada uma tem um espaço na sua vida e não existe a necessidade de comparação. Por isso, se você veio até aqui para comparar, esqueça.

Julieta possui as características do Almodovar, com a presença muito forte das cores primárias e a sua fotografia impecável, que casa com a história do filme. Ao todo, Julieta fala da vida, das voltas que ela dá e na minha opinião, como somos hipócritas com as nossas atitudes, já que em algum momento (provavelmente) vamos repetir alguma atitude que já julgamos quando alguém fez.

E apesar de ser um assunto tão batido, consegue-se construir uma forte empatia por Julieta e dar a força que a história precisa para funcionar. Você realmente crê na dor de Julieta e sente que é como se aquela sua amiga estivesse ao seu lado contando tudo sobre a vida dela, é daquela forma que você imaginaria tudo.

Mas esse é o mesmo ponto do problema, quando alguém te conta algo, tudo fica muito superficial, geralmente porque as pessoas estão com pressa ou porque não querem entrar em detalhes, só que na vida real se alguém te conta algo, você pode perguntar alguma coisa que ficou por cima. Coisa que em um filme fica impossível. Chega até a ser presunçoso da minha parte dizer isto, mas em si parece que houve uma preguiça em terminar e detalhar a vida de Julieta. Tudo é muito fácil, sem muitas explicações, como, por exemplo, ela deixar a filha ir passar uns dias na casa de uma desconhecida. Como assim?

Por fim, apesar da superficialidade, o filme encanta pelas cores, pelas ótimas atuações e por ser uma história empática. Mas termina deixando aquele famoso gostinho de quero mais. Ponto alto para atuação de Adriana Ugarte que parece mais Julieta do que a sua versão mais velha (Emma Suárez). Mas vale a pena ser visto, com certeza irá te emocionar.

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