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Pedro Kiss

RESENHA – MARGUERITE – O FILME MAIS SENSÍVEL QUE EU JÁ ASSISTI.


Se eu fosse um pouco mais capaz (ou menos preguiçoso) construiria essa resenha em forma de poema, pois não existe jeito melhor de falar desse filme que não por meio da arte. Assim como um poema, toda a sua construção é delicada, rimada e cada cena se assemelha a um quadro de Paolo Veronese com um lado mais obscuro e triste que só Van Gogh conseguia passar.

Gosto de exagerar, mas um filme nunca descreveu a arte de uma forma tão sincera, da forma bruta, aquela que vem de dentro de nós. E mesmo que incompreendida pelo resto do mundo, ela continua sendo arte, ela continua sendo música, pois é justamente daí que surgiram as melhores canções e quadros, da insanidade.

Marguerite aborda a história de uma mulher corajosa, mas ao mesmo tempo triste. Tudo fica mais triste ainda por ser uma história real. E a forma dramática exagerada (mas usada de uma forma muito coesa) de abordar parece beirar muito mais a realidade do que a possível versão americana (não julgar, Pedro, não julgar). Tudo isso graças aos seus planos, sua fotografia, sua luz, seu jogo de cores para tons mais pesados e pela atuação de todos os personagens. Mas, principalmente, a de Catherine Frot que traz todo o peso dramático da vida de quem tem um sonho e também de Denis M'Punga que traz um lado novo a história conhecida e também constrói um enredo que se finaliza de forma fantástica e emocionante.

Eu não poderia fazer mais nada se não bater palma para esse filme. É realmente fantástico ver um filme falar sobre arte e música de forma artística. Seus movimentos do início ao fim provam isso, seus diálogos são fantásticos, te prendem e dão a sensação de empatia que um filme precisa passar.

Recomendo que todos assistam essa versão e compreendam a verdadeira arte, a forma bruta e pura que dança com as nossas maiores loucuras internas.

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