Você se pergunta: como eu nunca vi esse filme antes? E eu não sei. Não sei mesmo te responder como NÓS não vimos ele antes. Filme delicado ao extremo, por tratar de assunto mais delicado ainda, a síndrome de Asperger, que muitos ainda desconhecem ou tem preconceitos. Mas Adam, traz um lindo filme que entrega tudo que você não espera, mas precisa.
O formato não é de um documentário, mas me passa a estranha sensação de estar vendo um sobre a síndrome. A forma que a história é montada, sem muitos furos mirabolantes ou saídas para aproximar uma massa que muitas vezes não tem a necessidade de um tipo atrativo de personagem ou cena. Ele é o que é, e essa é a parte mais bonita da história.
Eu não fazia ideia de muitas coisas sobre Asperger que o filme me ensinou de forma suave. Em nenhum momento apareceu algum personagem para explicar o que era, você consegue ter noção de tudo pela ótima atuação de Hugh Dancy e a sacada do diretor em mostrar tudo pelos atos e não ficar falando de forma cansativa, tipo um Interstelar da vida.
Relacionamentos reais são uma das coisas que o cinema realmente precisa mostrar, já que a minha geração foi criada até certo ponto sendo excessivamente jogada a crer que no amor tudo lindo e bonito, e você acha isso até... cair em um relacionamento. A maneira que essas histórias fantasiosas entraram no nosso subconsciente e nos afetaram e afetam é sinceramente horrível e frustrante. Trazendo relacionamentos reais para a tela dos filmes, conseguimos preparar uma geração que vem vindo por ai e até a minha pode reaprender, sério mesmo.
Mas, tirando trancos e barrancos de relacionamentos. Além até da síndrome, mas ao mesmo tempo falando dela, vemos uma bela história de superação, um tapinha na cara que mostra como conseguimos tudo que quisermos se...quisermos.
Não deixem de parar um pouquinho a vida corrida para ver esse filme, que emociona, ensina e esquenta o coraçãozinho nesse clima frio.