Não sei se você foi um aluno ruim ou regular na escola, mas sabe quando um professor te dá nota porque sabia que você tinha noção do que queria mas fez tudo de outra forma? Pois é, senti um pouco disso assistindo o filme de terror NACIONAL (orgulho) “O Caseiro”.
Quando soube que um filme de terror/suspense nacional ganhava um espaço maior nas telas do cinema, fiquei com uma expectativa alta demais, perigosa demais, errada demais. Eu deveria ter ido sem esperar nada, mas o que é a vida sem ansiedade, não é mesmo? Bom, assim que se inicia, o filme já te dá uma impactada, a primeira cena é tensa e te passa isso com muita clareza, aquilo fica te consumindo e você quer ter medo só para ir embora logo, isso é ótimo, mas fica ali.
Depois disso, parece que quiseram equilibrar tudo que teve de impactante com tudo que não faz sentido. Primeiro começando com a má edição, parece que foi cortada de uma forma muito simples e óbvia, pena que era óbvia apenas para quem construiu a história. O começo é isso, furos atrás de furos, personagens surgindo e virando amigos do professor sem muita explicação. Uma hora a menina pede segredo, na outra ela já contou para o fiel escudeiro que vem do nada. Sem contar o Bruno Garcia querendo ser o House dos espíritos, de modo que uma moça que não conhece nada do tal Professor House o convida para passar um tempo em sua casa, afinal, NADA MAIS NORMAL ENFIAR UM DESCONHECIDO EM CASA.
O filme não assusta e se perde em diversas vezes. Sai do filme sem saber muito bem como tudo se resolveu, a impressão que tive é que nada se resolveu ou aconteceu, mas enfim.
Ele consegue te prender em uma determinada trama de suspense, mas longe do terror, e até tenta entrar em um ponto da fé x religião, mas tudo muito mal feito. A impressão que dá é que eles tinham um grande roteiro em mãos, amassaram e preferiram pegar todas as referências do gênero e construir mais do mesmo “nas coxas”. A coisa toma proporções desnecessárias, revelações obvias demais e etc etc etc. O pior é que dá para sentir que a ideia funcionaria e por isso voltamos para a nota da professora que teve pena.
Mas apesar de tudo isso, consigo ter um pouco de esperanças e orgulho. O cinema brasileiro PRECISA ganhar mais espaço quando se trata de terror e de preferência um que assuste e não frustre tanto.