top of page
  • Pedro Kiss

RESENHA - BIG JATO

O Brasil me passa uma dor, uma sofrência sem igual, mas ao mesmo tempo mantem com uma força e esperança única. É inacreditável ver tanta gente carente lutando dia após dia por um mundo melhor, um mundo que talvez nem eles façam ideia de como seja. Eu com certeza já teria desistido e assistir toda essa força é algo insano.

A atuação em uma primeira impressão passa como se fosse algo simplista demais, algo bobo e banal, você chega a crer que os atores não são lá essas coisas. Até se dar conta de que a história realmente necessita de atores que pareçam mais naturais e principalmente mais reais. Cada cena que mostra os variados diálogos de uma família que vive na miséria é passada por meio de simbologias como a dor do alcoolismo, a dor de não seguir os seus sonhos, o machismo imposto nas famílias mais carentes e a arte de saber se devemos abraçar os sonhos ou largá-los de vez.

Confesso que a atuação de Matheus Nachtergaele é comovente e convence muito como dois personagens, já que ele vive gêmeos que sonham e pensam totalmente diferentes. Mas é difícil dizer que ele rouba a cena quando se tem tanto carisma na atuação de Rafael Nicácio, ele sim consegue de uma forma simples levar o telespectador a enxergar da mesma forma que o mesmo consegue ver o mundo, de uma forma poética e lírica.

O filme peca em muita coisa. Dá para notar diversas tentativas de se construir algo grande e esquecendo-se de tudo isso da metade para o final, mas ao todo dá para se emocionar e abraçá-lo de uma forma muito sincera. O mais interessante ocorre no final, que tem uma cena espetacular. Esta só fez sentido quando descobri que todo o filme é baseado na obra biográfica de Xico Sá, o grande jornalista e o maior cronista que esse país já viu, é o Paul Mccartney das crônicas brasileiras.

Assista ao filme e tente enxergar a poesia da vida que o diretor tenta te passar. Feche os olhos e dance com ele sem ter medo.

5 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page