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Pedro Kiss

Resenha - X-Men: Apocalypse

O mundo é desastroso, sempre foi e sempre vai ser. As vezes dá vontade de desistir de qualquer rastro de bondade na humanidade, somos (no geral, com ótimas exceções) preconceituosos e destruímos tudo que temos medo, sem piedade alguma. E eu, idiota, já tentei crer diversas vezes que existia esperança no mundo, mas não via onde ou no que eu podia me agarrar para ter um mínimo de esperança. Até que eu comecei a ler quadrinhos, aliás, a reler, e notar o quanto os heróis, que eram poucos, conseguiam lutar por ideias de justiça e ética. Independente de qualidade cinematográfica, ver heróis incorporados em uma batalha quase mortal contra muito mais que um vilão, contra ideais falsos e injustos, é realmente gratificante e consegue reviver a criança que lia os quadrinhos crendo que o mundo poderia ser assim, justo.

Não que os outros filmes de heróis sejam mais fracos ou piores, mas existe uma força nas histórias dos X-Men muito dura, eles lutam contra preconceitos diários, coisas que os negros, mulheres, gays e etc sofrem diariamente. E esse tipo de discussão, que é grande nessa nova trama, gera um portal da ficção para a nossa cruel realidade. Não temos mutantes, mas temos seres humanos que lutam para serem o que são, contra pessoas que não são semi deuses, mas as vezes são desmerecidamente tratadas como mitos.

A nova trama de X-Men é muito boa com esse lado filosófico socialista, mas também traz cenas muito divertidas com as roupas e jeitos dos mutantes que cresci lendo nos quadrinhos e principalmente, vendo nos desenhos, tanto o clássico quanto o Evolution. Não sei explicar, mas, mesmo com evidentes erros, esse filme traz uma força muito grande na nostalgia que sinceramente nunca tinha se mostrado tão forte. Ele soa como um grande filme dos anos oitenta, mas com uma boa produção por trás.

E por falar em erros, existe uma parte dentro de mim que fica feliz em ver um outro lado de filmes da Marvel, aqueles que não estão na mão da Disney e tem uma outra visão de heróis. Mas outro lado meu, adoraria ver outro diretor por trás deste filme, visto que existem muitos erros que Bryan insiste em colocar em todos filmes e dá a impressão que ele realmente CAGA para o que os fãs pensam. Ele quer fazer do jeito dele e fim, assim dando essa fama ruim aos filmes dos X-Men. Vão dos erros de cronologia, que eu achei que com o “Dias de um futuro esquecido” iriam melhorar, mas não, começa o novo filme e lá está mais um furo não explicável. No fundo, você consegue ouvir ele dizendo: “Aceitem queridos”.

Mas, nem tudo são côcos, não é mesmo? Fiquei incrivelmente encantado pelos novos X-men, principalmente pela Sophie Turner e Tye Sheridan, no caso Jean e Ciclope, que finalmente convencem com os personagens que estão interpretando e Jean em especial está incrivelmente forte e amedrontada como a Jean Grey deve ser.

Não que os outros atores estejam ruins, nem pensar. Evan Peters entrega fácil a melhor cena do filme e Kodi, o Noturno, traz um personagem carismático e que (precisa cortar aquela franja) traz de volta as essências do antigo Noturno. Infelizmente espero ver mais uma trama dos meninos do Xavier, com muito mais tempo de tela com a querida nova Tempestade e a maravilhosa personagem Jubileu (esperava muito dela e infelizmente não rolou muito para ela).

O mesmo para o Anjo, mas ele não convence muito e parece um ator e um personagem fraco para a história que está sendo construída. E também para Nicholas Hoult, o Fera, que sinceramente é péssimo, como personagem e com aquela maquiagem, eu realmente não consigo entender o porquê com tanta tecnologia. O Fera de 2000 era tão melhor que esse novo, sem contar essa coisa de ego que tem que mostrar o Fera sem ser Fera, perdendo totalmente o sentido dele.

É isso, esse filme finalmente monta o que vem sendo construído desde a Primeira Classe, o clássico dos clássicos do X-men. O filme passa longe de ser sensacional. É bom de forma leve e mediana, mas convence muito quando se trata da turma clássica, principalmente pelos jeitos e vestimentas. Ver este novo filme é como voltar aos meus treze anos e ficar folheando as revistas, ignorando erros de roteiros ou furos e apenas me divertindo e me emocionando.

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