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  • oidiotacinefilo

O QUE APRENDI COM O FILME: O MARAVILHOSO AGORA

Um filme de qualidade duvidosa que tem muito a acrescentar. Quando digo qualidade duvidosa não quero dizer que é ruim, mas se você bater de frente, olhar só o bruto e tirar só isso dele, vai ter um filme mediano que emociona (mas nem tanto), tem alguns furos no roteiro (do tipo: de onde vem um carro x se eles estavam do outro lado da estrada?) e algumas atuações dignas daqueles filmes perdidos dos anos 90 que você via na sessão da tarde. Então, porque falar dele? Simples. Filmes não acrescentam em nada se você os ver de forma bruta. Nós temos que entrar na sua história e viver aquilo tudo como a única realidade. Aí sim vemos a mágica acontecer.

Relacionamentos, vícios, amigos, namoro, família complicada, fim de um ciclo educacional, arrumar um trabalho, se comportar socialmente, ser o que os seus pais esperam de você, ser feliz ou ser rico, não fazer tal coisa... UFA! Não é fácil viver, muito menos quando você está saindo da adolescência e está caminhando para a o mundo extraordinariamente podre dos adultos. Encarar um mundo cheio de regras chatas e velhas é complicado e dificilmente um filme mostra a realidade, sem aquele brilho excessivo para que os telespectadores possam fugir um pouco de suas vidas. Geralmente, os filmes que tentam abordar esse tema da vida, acabam criando soluções fáceis demais e não encaram as coisas como são.

Aqui vemos tudo de uma forma realista e isso funciona muito bem. Primeiro ponto: Vemos o vício por álcool mostrado de uma forma muito sutil, sem aqueles exageros e trejeitos comuns do cinema. Isso demonstra que as vezes as pessoas que mais precisam de ajuda são as que você menos espera. São cenas e diálogos muito leves que explicam porquê o vício dele acontece, como acontece e como ninguém se incomoda com a porra de um menino dirigindo embriagado?

Segundo ponto: Os relacionamentos. Achei isso muito bonito, mesmo. Na primeira parte vemos Miles Teller e Brie Larson (EU NÃO TINHA NOTADO QUE ERA ELA!) em um relacionamento que parecia ótimo, mas de repente acabou. Eles até tentaram insistir, tiveram uma conversa pesada, mas precisa, como acontece de verdade nas nossas vidas ou como deveria acontecer. Depois vemos o personagem do Miles conhecendo a personagem da Shailene Woodley, que está simplesmente maravilhosa no seu papel, fofinha e encantadora (essa menina é ótima para um filme do Woody Allen, escrevam o que eu estou falando). Eles se conhecem sem muitos jogos chatos. Ela se apaixona pelo amor que ele tem por viver o agora e ele se apaixona (aos poucos) por notar que ela gosta dele pelo o que ele realmente é. O mais importante de tudo é que, apesar de alguns momentos, rola muito respeito.

A coisa mais legal que me marcou nesse filme foi a cena do baile de formatura. Quando Aimee (Shailene) fala para o Sutter (Miles) ir dançar com a ex namorada, numa boa, para ir se divertir. E não acontece mais nada além disso. Ele não se encanta pela ex, nada acontece. Eles se divertem, ele volta e fica evidentemente feliz pela atitude dela, ao ponto que ele discursa e etc, como todo relacionamento DEVE SER. Outro momento legal é quando eles vão transar pela primeira vez (ela é virgem). Tudo rola muito simples, ele respeita ela e fica tudo muito bonito e você consegue sentir a felicidade do momento.

Além disso o filme tem drama e mostra a dificuldade de contornar os problemas da vida e ser maduro, mas sem deixar de viver o agora. “O Maravilhoso Agora” funciona MUITO bem, mesmo sendo uma produção mais ou menos. O filme tem uma visão diferente de muitos outros longas que vemos por aí, mesmo aqueles mais alternativos. Fica uma badzinha depois do filme? Obviamente.Mas, com toda a certeza, essa bad significa muito mais do que se tivesse acabado da forma tradicional de um filme acabar.

O melhor de tudo: ele ainda está na Netflix! Aproveite para ver e deixe seus comentários. O cinema serve para isso, discutir visões e completa-las. Tudo de uma forma saudável.

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