Acredito que existe algo positivo em qualquer filme e nenhum é totalmente ruim (tirando Alice Através do Espelho e Amaldiçoado). Por isso, mesmo sendo um filme mal estruturado, o novo longa Como Eu Era Antes de Você traz um assunto sério e que pode render várias daquelas discussões pós-filme. Estamos falando sobre: suicídio.
Uma breve resenha para você entender: o filme fala de alguém que não teve escolha e foi condicionado a uma forma de vida que não era a dele, não tem prisão maior do que o nosso próprio corpo. E por mais que pareça uma versão Nicholas Sparks do filme Os Intocáveis, ele consegue te proporcionar ao mesmo tempo algo leve, romântico e ainda um drama pesado. Ele te oferece o básico e no final das contas não frustra ninguém.
Diversas vezes no filme o personagem do Sam Caflin (William Traynor) é acusado de ser egoísta por querer o suicídio assistido, na Suíça, onde o ato é totalmente legal e existe uma clinica especializada que realiza o serviço. É totalmente aceitável que os seus país tentem impedir a qualquer custo o suicídio do próprio filho, afinal nenhum pai ou mãe cria alguma pessoa para um dia ela querer tirar a própria vida e de qualquer forma a nova condição dele não o põe em posição para se suicidar, afinal, com muita luta diária, um deficiente físico pode se reintegrar à sociedade, mas isso antes tudo, depende do que ele quer.
E antes que você me veja como um insensível, só tente imaginar alguém muito ativo ser condicionado a viver de uma hora para outra em uma cadeira de rodas sem se mexer e a única coisa que você e outros milhões fazem é chegar, botar a mão em seu ombro, dar dois tapinhas e falar “as coisas vão melhorar”. É fácil demais reclamar de uma situação dessas enquanto você (agorinha) deve estar de pé da forma mais fácil possível, como se não fosse nada, e inclusive para mim é muito fácil estar escrevendo quando não faço a mínima ideia do que seja ficar paralisado do pescoço para baixo.
Assim como o aborto, o suicídio assistido é direito de qualquer pessoa que vive, pois só nós mesmos podemos decidir o que fazer com o nosso próprio corpo. Existe uma falsa empatia por trás disso tudo, isto porque quem não tem uma empatia real, cria para sustentar um tipo de moralidade dentro de si e isso, em minha opinião, é mais pecaminoso e sujo do que qualquer outra pessoa decidir se matar ou não.
Mas obvio que William Traynor estava em total capacidade psicológica, o que muitas vezes as pessoas que tentam suicídio não estão. Geralmente por causa de depressão ou qualquer outra doença, que pode ser tratada e curada, então existem muitas diferenças entre o suicídio e o suicídio assistido. As coisas não podem ser extremas de maneira alguma.
Sim, discuti sobre um filme que nunca achei que iria ver, mas é bacana com uma mensagem pesada pode ser abordada em um tipo de filme como esse, além do que, outro ponto positivo do filme é exatamente este, a forma que ele trata um assunto pesado e sério sem ser melodramático demais. Vale a pena ver o filme e discutir mais sobre o nosso corpo e as regras que nós mesmos devemos tomar, além de estudar mais sobre a diferença entre suicídio e suicídio assistido.
E você, o que pensa sobre isso tudo?