As pessoas sempre interpretaram mal: nunca foi sobre lutar fisicamente, mas sim espiritualmente. Essa semana, no dia seis de julho, o nosso querido Sylvester Stallone completou setenta anos de vida e com as diversas notícias que acompanharam esse feito me vieram diversas lembranças sobre como o Stallone virou o Rocky e vice e versa. E pior, como o legado do Rocky é algo tão poderoso que ainda significa muito.
Quando eu era mais novo e assisti o primeiro filme, achava que seria mais um filme chato de um boxeador, aqueles papinhos de cinema, cheios de clichês e um monte de blablabla desnecessários. Talvez por isso tenha levado um choque de realidade quando terminei de ver. Ao todo o filme era um grande tapa na cara, Rocky é o cara que ensina muito mais coisa do que meia dúzia de golpes entre as suas luvas gastas.
Não era pela corridinha ao som da sua música tema, muito menos por sair socando meia dúzia de carne, mas por levantar os braços enquanto estava quase caindo no chão, por mostrar que naquele corpo que quase se desligava, ainda havia energia para vencer. O espirito de lutador era bem mais forte fora dos ringues do que qualquer outra coisa. E quando ele subia para lutar, ele não era um cara agressivo, ele só provava tudo aquilo que falava, sobre lutar, sobre correr atrás dos sonhos, sobre ser alguém nesse mundo.
O mundo encarou Rocky da mesma forma que encarou Stallone, da forma errada! O viam como o cara durão que queria bater em todo mundo, enquanto eu vi um apaixonado pela vida, um homem que levou diversos tapas na cara, mas no final, ia lá e abraçava o agressor, como podemos ver na cena em que ele expõe todas as tristezas que o seu treinador o fez passar, mas mesmo assim, desceu as escadas e o abraçou.
Os filmes do Rocky sempre mostraram uma postura social muito mais evoluída do que a maioria dos filmes da época e se o filme aconteceu em 1976, ele voltou em Creed para dar a mesma lição de moral. Então se essa semana, eu vi diversas notícias sobre o aniversário do Sylvester, eu enxerguei por trás o aniversário do seu amigo Balboa que, com certeza, lhe ensinou muito na vida, principalmente sobre não ficar caído muito tempo.
