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  • Pedro Kiss

CRÔNICAS CINÉFILAS - NÃO PRECISAMOS DE MAIS FILMES NACIONAIS.


Acima de tudo sempre admirei a nossa cultura, a nossa produção cinematográfica está atrasada e acerta seus eixos apenas agora. Claro, fizemos e fazemos filmes excelentes, que captam o nosso espírito batalhador e cheio de esperanças. Mas, a verdade é que não precisamos mais de filmes. O cinema, assim como o site sensacionalista, está perdendo muita audiência devido à crise política, a verdadeira bomba social. Não crê nas bobagens que estou te conduzindo a pensar? Pois bem, chegue mais perto e entenda.

Primeiro, filmes sobre a miséria brasileira são realmente desnecessários. Antes eles vinham para mostrar o que tava rolando embaixo dos nossos narizes e não conseguíamos ver. Central do Brasil, Que horas ela volta? e até Cidade de Deus são alguns dos nomes que mostravam o povo sofrendo e as suas consequências. Mas, atualmente, qual o sentido deles? A internet consegue mostrar de forma muito mais fácil e real a miséria rolando solta por aí, e o que o povo diz? Nada. Passa por cima como se fosse nada, tem pena por puro rito social e ainda solta bem baixinho: ensina o povo a pescar.

Aliás, quando o assunto é ficção cientifica no cinema brasileiro, estamos cada vez mais órfãos. Se antes tínhamos Zé do Caixão, hoje temos um ou outro tentando a vida no cinema alternativo. E se fizéssemos um filme brasileiro sobre zumbis? Sim, aqueles mortos vivos que vivem sedentos, geralmente em grupos, correndo atrás de outros grupos pensantes, funcionaria por aqui? Eu confesso que não sei, talvez se trocássemos as famosas frases que os zumbis costumam a falar, como “Cerebrooo” por “Volta ditadura militar”, “Mito 2018” e essas coisas, provavelmente se adequaria mais ao nosso território, mas, ficaria parecendo um filme de ficção ou um documentário? Não sei bem se o Zé ainda iria querer ser o do caixão.

E por último, quem precisa dos nossos filmes de romance? Aqueles produzidos pela Globo Filmes, que sempre passam batido por ser mais do mesmo? Estamos cansados, Globo Filmes, acorda! Mas eu tenho uma dica para vocês: Que tal um filme sobre um amor impossível? Daqueles que a plateia sufoca por um amor difícil de conquistar? Sugiro sobre um amor secreto de um presidente em exercício e um presidente da câmara, cheio de trocas de favores, uma presidência ali, outra aqui, mas na hora que um cair, o amor continua? Fica aí a dica de roteiro imperdível. Sem contar que podíamos reviver aquele filme “O casamento de Romeo e Julieta” com a Luana Piovani e o Marco Ricca, que era sobre um corintiano roxo e uma palmeirense fanática. Podemos trocar o futebol por política, ele de esquerda, todo hippie e ela uma mulher de negócios, de direita, a favor de privatizar tudo ao redor. São ideias não patenteadas heim, corre.

Brincadeiras à parte, o cinema brasileiro nunca esteve tão à vontade como atualmente, deve ser sempre valorizado e abordar temas sociais sim, chocar é um dos braços da arte. Mas, tá difícil competir com o cenário de guerra que o país vive né?

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