O filme mais polêmico dos últimos tempos tem nome: A Bruxa. Filme de terror que chamou a atenção dos jovens desde a sua estreia. Porém, ele também dividiu muito a opinião de quem foi assistir: muitos saíram amando e outros gritando que era o pior filme que tinham visto. Mas, sabe qual o real problema desse filme? O público.
Primeiro precisamos desmembrar todo o conceito do terror e o que ele representa atualmente na mente das pessoas. Por causa dos últimos filmes de terror, os que entraram na moda, é comum associar terror com susto e com receita pronta: mocinha, mocinho, um filho da puta, um menino latino e algum assassino/monstro/espírito que tem alguma ligação com o passado de alguém. Mas nós sabemos que...
Filme de terror não é só isso. Isso é a massa pronta, a receita que eu falei para lucrar, sem interesse algum de fazer um bom filme. O que dá destaque para esse tipo é que ele te assusta, te deixa eufórico. Só que quando algum filme usa disso para despertar atenção do público, eu realmente me pergunto, isso é filme de terror?
A questão que divide A Bruxa dos Haters e os Lovers é justamente essa. Muita gente cria uma expectativa (o pior inimigo do homem) de que o filme vai ser cheio de sustos, afinal, os últimos filmes que eles viram são assim, porque esse seria diferente? E ai você nem presta muita atenção no filme, você fica apenas tensionado esperando o momento para soltar toda a energia guardada e... Não tem susto algum! E com isso, ela vem e bate mais forte que qualquer bad: a decepção.
Por outro lado, quem conseguiu ir de mente mais aberta, provavelmente teve uma visão melhor do filme. A obra em si assusta. Mas, pelo ambiente, o silencio, as crianças do demônio que dão medo mais que qualquer coisa, a fotografia escura e que fica piscando, dando a sensação de chama de vela (muitas vezes até sendo) e principalmente, em como os atores demonstravam tanto medo como você. A ideia de não mostrar muito as bruxas, elas só aparecem de relance, é genial porque trabalha o nosso psicológico, pois o desconhecido nos faz sentir mais medo do que o que fica escancarado na nossa cara.
O filme é bom, bom mesmo, ela te deixa com a mente aterrorizada pós-sessão e eu acho que é ai que a obra cumpre o seu papel, mostrando tudo de forma desconcertante, te incomodando ao mostrar cenas mais fortes. Creio que só não daria um dez (isso se eu desse uma nota) porque senti o roteiro um pouco fraco, parecia que eles queriam mais impactar do que qualquer coisa. Mas vale a pipoca, vale ver de novo e vale ter muito medo sim, das crianças, o bode é de boa.
