Sim, estamos no ano de 2016! Isso quer dizer que deveríamos ser um povo evoluído e no MINIMO inteligente, que soubesse que cultura torna o nosso povo único, mas não é o que vem ocorrendo. Desde que soubemos do fim do ministério da Cultura no atual governo Temer, muitas pessoas se manifestaram contra, mas supreendentemente, graças a mídia que nos aliena, muitos ligaram a cultura e artistas à esquerda e automaticamente surgiram xingamentos dizendo que o fim de um exclusivo ministério é bom porque assim acaba toda essa vagabundagem de artista (????) Tipo, você com certeza vai ao cinema e ouve música nacional e acha que a retirada de um ministério dedicado a cultura é bom? Cara, você está ficando louco. E para provar que a proteção de um espaço que ajude a nossa cultura a evoluir, se proteger e conservar, é importante, deixo aqui cinco filmes:
1 – Central do Brasil
É incrível como criamos forte empatia com alguns filmes, você consegue sentir e se pôr no lugar dos personagens e assim, se emocionar sem parar. Nessa trama, Fernanda Montenegro e Vinicius de Oliveira mostram uma história impecável, que traz o nosso Brasil como ele é, doloroso, mas bonito para quem nunca desiste de lutar e viver. Sem esquecer que esse filme levou Fernanda ao Oscar, perdendo injustamente para mais uma escolha cômoda da
academia.
2 – O Pagador de Promessas
Mais um vencedor, este ganhou mesmo. Foi o primeiro e até agora o único filme brasileiro a ser premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes. É assustador como esse filme continua atual, mesmo tendo mais de 50 anos, mostrando a religião, suas intolerâncias e a imprensa sensacionalista, esta que até hoje, continua conduzindo o povo da forma errada.
3 - A Meia-Noite Levarei sua Alma
Zé do Caixão pode não ser lá do seu gosto, mas é impossível discordar que ele contribuiu e muito para o nosso país. Além de um grande cineasta, Zé conseguiu unir o terror com a nossa cultura brasileira, chamando atenção de grandes cineastas lá fora, como Tim Burton. E neste filme, para mim, Zé consegue botar todo o seu potencial, trazendo e misturando de forma perfeita todas as referências, tanto as de terror, quanto os costumes de um país que tem medo do céu e inferno.
4 – Que horas ela volta?
Não adianta só falar do passado, não é mesmo? Este, de 2015, veio para dar um verdadeiro tapa na nossa cara, mostrando vícios culturais horríveis, que deixaram até os gringos achando que se passava de uma história fictícia, afinal, que loucura é fazer uma empregada (odeio esse nome) ir buscar uma água para você, não é mesmo? Quando um filme busca por traços culturais na nossa sociedade, nem sempre é para mostrar o lado bom das coisas. Aqui vemos Regina Casé impecável, emocionando e nos fazendo refletir sobre uma sociedade que vive uma alusão a época medieval e até da escravidão, que querendo ou não, ainda vive deixando seus traços na sociedade atual.
5 – Cidade de Deus, Estomago, O Bicho de Sete Cabeças, Carandiru, O Auto da Compadecida,
Dois Coelhos, Zoom, De Onde Eu Te Vejo...
É difícil falar sobre só cinco filmes nacionais, por isso, este último item serve para reflexão sobre todos esses filmes citados acima e também os não citados. Assim como filmes argentinos e franceses, o Brasil tem um jeito diferente de produzir suas tramas do americano tradicional. Colocamos nossos pequenos traços culturais em cada filme que fazemos e a nossa cultura é tão vasta e bonita, que sempre vemos algo com uma visão diferente de assuntos cotidianos (tirando aqueles filmes ruins do Leandro Hassun ou qualquer outro da Globo filmes).
Por isso, é fundamental que continuemos tendo um ministério dedicado a essa área tão bonita que é a arte, que de vagabunda não tem nada! Além de lutarmos para termos de volta este ministério, precisamos lutar contra esse preconceito que viver e produzir cultura é coisa de vagabundo, pois é a cultura que nos define, que nos modifica e constrói uma empatia entre todos os brasileiros.
Vida longa à cultura brasileira, vamos lutar sempre, sem Temer nada!