1 – A dublagem original.
Não, eu não vi legendado para pagar de cinéfilo Cult.Vi porque eu queria e, com tanto ator bom, como eu poderia ver dublado? É incrível como acertaram em cada ator, não vi nenhuma voz mal encaixada com um personagem. Finalmente, Bill Murray encontrou o seu Batman! Todos nós, amantes e adoradores de Bill sabemos que muitas vezes ele deixa a preguiça dominar suas atuações, quase como se esse fosse seu diferencial. Então, nada melhor do que ele dublar um urso preguiçoso, né? Além de que ele se redimi por ter feito aquele péssimo filme, com direito a sequência, do gato Garfield. Está perdoado. E Ben Kingsley? Sensacional! Sem esquecer do maravilhoso, rei, soberano, Christopher Walken e o assustador Idris Elba, dando o tom certo na hora de assustar e botar medo sem sair do salto.
2 – A naturalidade do ator Neel Sethi.
Fiquem de olho nesse menino! Fico imaginando como é complicado um garoto de 12 anos fazer caras e bocas atuando com um fundo verde e animais que não existem. Ele realmente merece parabéns por conduzir toda a trama praticamente sozinho.
3 – As músicas
Sim, tenho certeza que você espera que eu fale daquela música! Mas, calma campeão, não tem só essa. O filme não se enquadra como um musical, mas tem músicas fantásticas e o mais engraçado é que mesmo que você ame cantarolar “necessário, somente o necessário” não é essa a música mais impactante. Christopher Walken arrasa na canção “I Wanna Be Like You”. Música animadora, com aquela voz rouca quase desafinada, estou com ela há horas na cabeça e não sai. Sem contar que tem algumas canções cortadas da edição final, como a música da Kaa, cantada pela própria Scarlett, que lembra uma música de algum filme perdido do James Bond.
4 – A nostalgia
Quando o filme acabou, não tive a sensação de que ele atingiria o público infantil. Primeiro porque seu lado musical foi feito para nós, adultos, darmos aquele abraço na nostalgia. Segundo porque, tirando o meio do filme que foi criado para dar destaque à amizade de Baloo e Mogli, a maioria do filme tem uma história pesada, escura e aborda mortes sem muito medo de assustar as crianças. Isso vale pela atuação pesada na dublagem de Idris Elba. Ele é o causador das cenas mais pulsantes da trama, até eu, adulto barbudo, fiquei assustado pelo tigre falante de voz firme. E por isso, dá a sensação de que foi feita para nós que crescemos vendo o desenho do Mogli, o adaptando para nos puxar de volta a infância, mas também trazer o tom necessário.
5 – O 3D
FINALMENTE UM 3D QUE SERVE PARA ALGUMA COISA! Depois de mil filmes anunciando um 3D que só serve para vender um ingresso mais caro, como é bom ver um que te puxa e te faz até ficar surpreso. Pelo o que eu vi no Making Of, eles usaram galhos e flores em cima das câmeras para trazer isso de forma mais forte e funciona. Fiquei abalado em cenas de chuva e toda vez que tentava mostrar ao público a imensidão da floresta.
ITEM EXTRA:
Finalizo com muita felicidade de ter sido surpreendido com um filme que eu não dava nada e digo que, apesar dos seus erros que não incomodam muito, o filhote de homem Mogli é umas das melhores surpresas do ano até agora. O CGI assusta na veracidade das paisagens e animais. O papel de Scarlett é o mais decepcionante, não por ela, mas por jogar o personagem no filme, só para tê-la lá. Jon Favreau vem para provar mais uma vez que é um bom diretor, chorem haters de Homem de Ferro e Cowboy Vs Alieniginas.