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  • oidiotacinefilo

Enquanto somos jovens.

Não é por coincidência que eu assisto esse tipo de filme, drama ft comédia, com várias lições da vida e tramas reais. Confesso, sou apaixonado por estes que lidam com essa nossa realidade depressiva com bons momentos em doses pequenas que devem ser aproveitadas.

Também percebo que mais filmes sobre envelhecer vem crescendo, provavelmente os atores/produtores estejam nessa onda filosófica misturada com medo de estarem velhos, perdendo a beleza e a loucura que é ser jovem. Uma coisa é certa. O filme pode não ser

sensacional, mas existe todo um papo sobre a atual briga de gerações e, como eu disse, o patinho feio que é envelhecer.

O ponto principal dessa trama é a polarização das gerações e como ela soa até meio irônica. Uma cresceu sem nenhuma tecnologia e foi ensinada que deveria buscar emprego para sustentar uma família e uma vida digna, pois dinheiro era fundamental. Enquanto a outra cresceu em um mundo que pega no seu ombro e diz: faça o que quiser! E mesmo não sendo bem assim, essa nova geração busca por valores mais reais: procura um emprego que gosta, não necessariamente que dá muito dinheiro, mas que te proporciona uma vida digna.

Obviamente que isso não resume a todos, mas um grande grupo prefere uma mistura de retrocesso com os pontos positivos de hoje em dia, buscando por coisas mais físicas como vinis, livros e menos contanto com os smartphones que aos poucos vão nos aprisionando. Sinceramente, vejo muito mais pontos positivos em estar em uma geração mais próxima da realidade do que se encher de carros importados e status de facebook.

Mas não é bem isso seu foco principal, a coisa mais perturbadora é esse medo que o personagem de Ben Stiller e da Naomi Watts tem de envelhecer. Quer dizer, não só eles, todo mundo se apavora em ir perdendo as suas forças e habilidades com o tempo e em troca ganhar dores e artrites. E o que fazer? Agir como um jovem e ser tachado como velho babaca?

Na trama, eles foram por um caminho muito cômodo. Sinceramente, discordei e bateu aquela decepção (tipo quando seu amigo faz uma merda do tipo colocar bolsomito no Facebook). Eles constroem uma lição de moral inteligente: quando notam que o tempo passou e que eles acabaram optando pelo pacato, tentam mudar tudo e ir na onda dos mais jovens. Porém, quando pessoas de idades semelhantes a deles aparecem para apontar o dedo e julgar, eles desistem de tudo e mais uma vez escolhem se adaptar à realidade das pessoas com a mesma idade.

Errado? Penso que sim. Para que ligar para os outros? Envelhecer é mesmo se acomodar em uma roda de modos e roupas a se passar só porque avançou certa fase?

Bom, eu ainda não envelheci, então fica difícil julgar, mas vejo muito disso nos meus pais, que por mais que envelheçam, preferiram seguir seus próprio caminho e etc. O maior exemplo é meu pai sair com uma blusa do homem aranha e all star, enquanto a minha mãe sair para ir em alguma festa com as amigas. Envelhecer é paranoia nossa e podemos continuar sim sendo o que nos faz bem.

Então (sinto que estou chegando a conclusão do filme enquanto escrevo), no fim das contas, o longa não fala sobre envelhecer, fala sobre se aceitar e nunca deixar de fazer o que quer por desculpas que lhe impõe e/ou você mesmo se impõe. Talvez o envelhecer que os personagens fogem, não é o físico, mas o de quando aceitamos o comodismo e achamos normal ficarmos lá deixando a vida seguir para o seu fim. Só posso dizer que o filme traz uma trama leve, porém complexa e Ben Stiller mostra o poder de uma boa atuação que muitas vezes é subestimada.

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